(Photo by Bela Barroso)
Há duas coisas que não podemos mudar ou evitar na vida, a morte e a mudança. No que toca à morte, cheira-me que é mais uma questão de tempo,cientificamente falando claro, no que toca à mudança penso não é bem assim. Sempre ouvi dizer que passamos por 3 fases de mudança, aos 7 anos, aos 14 e aos 21. Se concordo? Não, pelo menos não de forma tão linear, mas como nunca tive uma visão muito linear talvez se deva a isso.
Para mim tem e sempre teve mais peso as vivências de cada um, experiências, somos fruto do ambiente em que vivemos, e tudo isso molda-nos ou muda-nos provavelmente com mais afinco do que a idade. É algo do qual não podemos fugir, tal como a morte, mas a ultima não nos dá opção, alternativa ou pensamento quanto ao impacto que ela causa depois de a ter, já a mudança não. Sentimo-la, vivemo-la, com o travo que ela tem e nos deixa.
Por vezes é tão calma ou subtil que se torna inperceptivel aos nossos olhos, aos de outros talvez não, mas aos nossos sim. Outras vezes vem de uma forma tão avassaladora que não sabemos como lidar com ela, como agir, como proceder e tememos cada passo que damos ou não,e aqui entra o tal factor "somos fruto do ambiente em que vivemos", frase que uso com frequência mas com sentido. As mudanças que sofremos em prol do bom, da felicidade enquanto se sente como tal ou não fosse ela uma utopia no geral, marcam-nos, sejam em que vertente for.
As que vêm em prol do mau, as mágoas ou tristeza sentimos na mesma medida, mas talvez com uma diferença, as ultimas moldam-nos mais, ou as "cicatrizes" revelam-se mais profundas. Tanto num caso como no outro podem ser vagarosas ou vertiginosas, dependendo de quem as sente e vive, assim como de quem a elas assiste e sente mais de perto, mas seja como for, são-nos intrinsecas, assim é o ser humano.
Nem sempre acarreta grandes feitos ou grandes conquistas,na maioria das vezes assim o é, mesmo para quem as sofre mas não deixa de acontecer. Como tudo na vida tem o seu lado duplo, o seu sentido ou propósito mas é necessário, diria mesmo fulcral, ou mesmo não o sendo, é inequivoco e tão certo como o término de tudo. Se pensarmos bem, uma liga-se à outra, o que me remonta aos tempos de escola, onde ouvia que nada morre mas tudo se transforma.
Cada um a vive de maneira mais ou menos sentida ou a expressa assim, e uma coisa que alguns denotam por aqui é a intensidade.. algo muito meu.
Mudamos consosante a vida, as experiências, a idade pesa muito sim, mas não é o factor dominante. Quando deve acontecer? Tudo tem o seu tempo, a nossa natureza assim o sabe e sente, não está nas nossas mãos, mas que dela não fugimos, isso não... é inevitável. Nem que nos cubramos de branco, com pós mágicos ou casquinhas de caracol, ela é mais forte que nós, ou não fossemos nós seres mutantes...
Em constante mudança...